Meu encontro com Costanza Pascolato: uma lição do que é ser elegante na vida (e isto não tem nada a ver com dinheiro, roupas ou moda)

 

No domingo do #ColcciDay tive o privilégio de ser apresentada ao verdadeiro ícone de estilo e elegância que é Costanza Pascolato.
E fui apresentada da melhor maneira possível, pela sua filha e minha querida amiga Consuelo, que teve a gentileza de já ter falado sobre mim para sua "mamisa", como ela diz.
Conversamos pouco antes do desfile da Colcci, onde sentei ao seu lado por alguns momentos e tive o prazer de constatar que minha amiga Consu de fato herdou a elegância, beleza e simplicidade de sua mãe.
Poderia até ter ficado nervosa (afinal ela é mesmo uma celebridade no mundo da moda!), mas Costanza Pascolato é tão gentil, que me deixou totalmente à vontade... havia levado o último livro dela, Confidencial, e não senti o menor constrangimento em pedir que ela o autografasse para mim.
E aí na foto vocês podem conferir o carinho com que ela me tratou, autografando de uma maneira tão especial que o livro se transformou num pequeno tesouro.
Confidencial é um livro bastante autobiográfico de Costanza, onde ela fala sobre sua vida e conta detalhes deliciosos de sua história, como ter consultado o Índex do Vaticano para descobrir quais os autores eram proibidos pela Igreja na década de 50, quando era uma adolescente, para ler um por um. Ela fala também do constante embate interno entre a preguiça e o entusiasmo e de uma certa melancolia que carrega disfarçada, apesar de seu sorriso que é uma constante em sua vida.
Também adorei saber que Costanza vê a moda como um instrumento para entender a vida, os costumes, a história, a política, os sentimentos... Este ponto me chamou muito atenção, pois quando lecionava a cadeira Psicologa para o curso superior de Moda, era exatamente esta a ideia que tentava passar aos meus alunos, que moda é sobretudo um raio X de nosso tempo e fala muito sobre nossa personalidade.
Costanza também fala no seu livro que demorou em amadurecer: que só se sentiu "madura" por volta dos 57/58 anos, que é um fenômeno bem atual, onde o "envelhecer" vem cada vez mais tarde e onde é comum que as pessoas se sintam ainda muito jovens depois dos 30, 40, 50...
Nele ela também conta episódios inusitados (e divertidos) de sua vida, como o carro que ela tinha aos 31 anos, quando trabalhava na editora Abril: um Fusca laranja com o porta malas amarrado com "uma cordinha bonita" - ela bateu o carro se maquiando ao dirigir e não pode consertar logo o estrago pois estava sem dinheiro na época.
Costanza fala no livro sobre a importância de não se levar a sério, fácil de entender de uma pessoa que ouviu dizerem, ainda pequena: "Olha os Pascolato vestidos de cortina", quando numa crise financeira da família, sua mãe costurava as roupas dos filhos em casa, com os tecidos que tinha, para economizar.
Em Confidencial ela diz: "Estilo pode ser a melhor expressão do caráter de alguém. Viver com estilo é transformar a banalidade da existência em experiência original, exclusiva, não importando a idade."
Se ela é estilosa "ao vivo"? Muito mais do que eu poderia imaginar!
Se Costanza Pascolato é mesmo um ícone da moda? Para mim é e depois de conhecê-la pessoalmente, ainda mais, especialmente pela forma simples, gentil, nada afetada com a qual ela lida com a fama (sim, a cada minuto no SPFW alguém pedia para tirar uma foto) e com o sucesso.
Deixo aqui mais algumas sábias palavras desta mulher notável, que me encantou com sua personalidade cheia de generosidade:
"Nunca gostei do que é só fachada. A vida é como alta-costura. Se virar do avesso deve ser tão impecável quanto a imagem de perfeição aparente".

Obrigada Consuelo, por me apresentar sua "mamisa" e obrigada Costanza, por me receber com tanto carinho!