Meninos com unhas pintadas: há problema nisto?

Beckett, filho de Jenna Lyons, da J Crew
Imagem: J Crew

Shiloh, filha de Angelina Jolie e Brad Pitt, não gosta de vestir vestidos e de cor de rosa
Imagem: Vestido de Rodar

A primeira foto acima saiu no Petiscos, todo mundo falou do assunto e ontem a minha querida amiga Silvia e nossa GM, me perguntou o que eu achava da história do filho de 5 anos de Jenna Lyons, diretora Criativa da J Crew, que apareceu no anúncio da marca brincando com a mãe com as unhas dos pés pintadas de rosa.
Ano passado o filho de Gwen Stefani também saiu do salão de beleza com as unhas pintadas, causando bafafá entre os mais conservadores. Muita gente também critica a forma como Shiloh, filha de Angelina Jolie e Brad Pitt se veste, já que só usa "roupas de menino", até falamos sobre isto aqui.
Como vocês sabem sou psicóloga há 16 anos e posso afirmar categoricamente, que criança alguma "se torna gay" ou vai desenvolver uma "tendência a ser homossexual" no futuro por causa de algo assim.
Um menino pintar as unhas ou brincar de boneca, uma menina gostar de skate ou querer cortar o cabelo "joãozinho" NÃO causa uma "preferência" homossexual no futuro.
É apenas uma brincadeira de criança (assim como qualquer brincadeira onde os pequenos imitam os pais), não é pra levar muito a sério, da mesma forma que não vejo problema um menino quiser pegar a boneca da prima pra brincar um dia...
Claro que a mãe também não deve incentivar nada disso, o comportamento da criança deve ser o mais natural possível e os pais precisam aceitar com naturalidade (dentro dos limites do que é seguro e saudável, é claro) os gostos e brincadeiras dos pequenos. Os pais devem procurar não repreender ou ficar bravos caso aconteça, por exemplo, do menino gostar de mexer nas maquiagens da mãe (dando o mesmo limite que daria se fosse uma menina), até porque a tendência é isto passar, pois quando as crianças chegam a idade de alfabetização formal, lá pelos 7, 8 anos, é bem comum que comece o comportamento de meninos só brincarem com meninos e vice versa, o tal "clube do Bolinha e clube da Luluzinha" e o gênero (masculino ou feminino) começa a ficar mais evidente, de forma natural.
Não há como forçar alguém a ser heterosexual ou homosexual, a identidade de gênero é definida somente no fim da adolescência e entrada na vida adulta e sua definição depende de inúmeros fatores que não podem ser controlados pelos pais.
Mesmo que uma pessoa seja criada de forma extremamente rígida com regras de "isso pode, isso não pode" para meninos ou meninas, nada garante que a orientação sexual desta pessoa será heterosexual no futuro.
Aliás, é importante ressaltar que ser homessexual não é doença ou algo que precise ser tratado, inclusive a Organização Mundial da Saúde, Conselho Federal de Medicina e Conselho Federal de Psicologia proibem qualquer profissional de saúde a "tratar" a homossexualidade, já que não é doença, apenas uma das formas de viver a sexualidade.
Para quem tem filhos pequenos e se sente incomodada com alguns comportamentos, vale tentar a tática de levar o menino pra fazer atividades mais masculinas, com o pai ou outros meninos e as meninas para fazer atividades consideradas mais "femininas", mas isto não deve ser forçado e não garante que a identidade de gênero desta criança será moldada de acordo com a expectativa dos pais.
Quem é pai e mãe, deve se preocupar, acima de tudo, com que seu fliho cresça saudável, feliz, seja no futuro uma pessoa responsável e honesta, independentemente da orientação sexual que ele terá quando adulto.
Limites são necessários e importantíssimos para a educação (eu, por exemplo, não deixaria uma filha minha ir toda maquiada pra escola), mas os pais precisam ter cuidado para o "limite" na verdade não ser apenas reflexo de seus próprios preconceitos e do medo infundado que o filho "vire homossexual".
E você, garota moderna, o que pensa a respeito disso?

♥ Post escrito por Shirley Stamou