O primeiro Chanel a gente nunca esquece...

Ilustrações: Kanako

Estes dias comprei meu primeiro batom Chanel (um rosa fofíssimo, depois mostro aqui prá vocês) e meu primeiro esmalte Chanel, o Black Satin. Da marca eu já tinha o pó compacto, o blush e o rímel Inimitable, para mim uma das melhores máscaras que existem. Acho os produtos além de ótimos, lindezas em miniatura.
Sei que muitas pessoas vão pensar: "mas que bobagem, que futilidade"... Ai, os críticos, os críticos de plantão sempre aparecem! Gostam de botar o dedo na cara da gente e passar sermão sobre como somos "superficiais". Adoram rotular. Sem perceber são preconceituosos.
Quanto vale um sorriso da gente ao ver aquele objeto pequenininho dentro da bolsa, a embalagem perfeita, o design elegante? Quanto vale passar aquele batom quase mágico e se sentir linda depois daquele dia em que tudo deu errado e que você está com vontade de voltar prá baixo do seu edredon e ficar em posição fetal por lá pelo menos uma semana chorando?
Não estou dizendo que um batom ou esmalte da marca x, y ou z vai curar os problemas do mundo. Mas muitas vezes são pequenas coisas assim que nos ajudam a enfrentar momentos difíceis. Lembro da minha mãe, que recentemente ficou hospitalizada por 3 semanas por causa da asma gravíssima que ela tem: no dia que minha cunhada (a única da família que tem "dotes manicurísticos") fez as unhas dela lá no hospital ela ficou bem mais animada e quando eu ia lá, passava creme nos pés dela e fazia um "mini spa" ela ficava bem mais feliz. Parava de pensar na doença e conversávamos sobre beleza! Altos papos sobre beleza no hospital.
Se você pode dispor do seu dinheiro como bem entender (moramos ou não num país livre?), não vai matar, não vai roubar, não vai tirar "o leite da boca das crianças", não vai se endividar, paga seus impostos, é uma pessoa do bem, qual é o problema de um dia se presentear (puxa, eu demorei bastante, comprei meu primeiro batom da Chanel aos 37 anos!) com algo que ok, não é necessário, mas é desejado? Qual o problema?
Da próxima vez que alguém lhe chamar de superficial pois você tem uma coleção de 30 esmaltes coloridos (ou 1 de uma marca bem luxuosa), dê um sorriso e ignore. Esta pessoa não descobriu que a vida merece ser levada a sério, é claro, mas não tão a sério assim, porque o nosso tempo aqui neste mundo é muito curto e a gente também precisa se divertir.
Quem disse que gente bacana, inteligente, gentil, generosa não pode ter seu lado super perua?
E você garota moderna, o que pensa sobre isto?