Dizendo não aos diamantes de sangue - Garotas Modernas Garotas Modernas : Dizendo não aos diamantes de sangue

Dizendo não aos diamantes de sangue

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Imagem: Tiffany & Co

Há algum tempo vi o filme Diamantes de Sangue, com Leonardo Di Caprio, que mostra as atrocidades cometidas em Serra Leoa e outros países e pensei em escrever um post sobre o assunto, mas não escrevi.
Eis que ontem li um ótimo post no Blog da Mariana Mansur, falando sobre o documentário também intitulado Diamantes de Sangue, da History Channel, que mostra os detalhes sórdidos que acontecem naquele país, onde a expectativa de vida é de apenas 35 anos (se eu vivesse lá talvez eu já estivesse morta) e até crianças são mutiladas por grupos de rebeldes que lutam entre si pelo controle das minas de diamantes. Vale lembrar que 97% dos diamantes de todo o mundo vem de países africanos e que Serra Leoa, há anos envolvida em uma guerra civil sangrenta, está em último lugar no índice de desenvolvimento humano da ONU.
Fui pesquisar mais sobre o assunto para entender até onde estes tais "diamantes de sangue" chegam e para saber até que ponto somos parte desta cadeia odiosa ao comprar (ou ganhar) uma jóia com diamante.
Descobri que para tentar coibir a venda de diamantes produzidos a partir de violência, em 2002 foi criado um processo de certificação de diamantes, que atesta que a origem de determinada pedra não é uma zona de conflito, o chamado Processo de Certificação de Diamantes Kimberley.
Segundo a H. Stern, empresa brasileira que só utiliza diamantes certificados pela entidade, o Processo de Certificação de Diamantes Kimberley é fruto de uma "iniciativa governamental, da indústria internacional de diamantes e da sociedade civil, apoiada pelas Nações Unidas, a fim de conter o fluxo internacional de “diamantes de conflito”. O Processo é um sistema inovador e voluntário que impõe extensas exigências aos participantes para certificar que os envios de diamantes brutos não contenham “diamantes de conflito”."
Os chamados “diamantes de conflito”, também conhecidos como “diamantes de sangue” são diamantes brutos comercializados de forma ilegal para financiar conflitos em zonas de guerra, em especial na África Central e Oriental, em países como Angola, Costa do Marfim, República Democrática do Congo e Serra Leoa.
No Brasil o próprio Ministério de Minas e Energia apoia o Processo de Certificação de Diamantes Kimberley e joalherias de renome como a H. Stern, a Tiffany & Co e várias outras têm uma política de tolerância zero em relação aos “diamantes de conflito”.
Se alguma garota moderna por aí está pensando em comprar uma joia com diamantes, mesmo que sejam pequenininhos, vale a pena se informar se as pedras tem ou não a Certificação de Diamantes Kimberley.

UPDATE: Há muita polêmica em torno das empresas que dizem adotar o Processo de Certificação de Diamantes Kimberley, inclusive com denúncias que apontam irregularidades na obteção da certificação. Também fui informada por uma leitora, que prefere não ter seu nome citado pois trabalha na área, que o Brasil não é signatário do Tratado Internacional que adota a certificação Kimberly, mas adota tal certificação por força de um Decreto Presidencial, assinado na época de FHC. Confesso que ao ler mais sobre o assunto e ouvir a opinião de leitoras que trabalham na área fico na dúvida sobre até que ponto podemos comprar uma joia com diamantes com a certeza que a pedra não veio destas áreas de conflito.

8 comentários:

  1. Shirley,
    Depois de ler aquele livro da Dana Thomas (Deluxe - como o luxo perdeu o seu brilho), fiquei meio cabreira em relação à Tiffany...
    E depois do comentário anterior, sinceramente, acho que não dá para confiar no que as empresas dizem em seus sites.
    É sabido que algumas gemas preciosas, como rubis e esmeraldas, são muito mais preciosas e raras do que os diamantes. Mas como o comércio destes está sob o comando de um grupo muito pequeno de pessoas, em nível mundial, a cartelização e a manipulação da cotação do seu preço ficou muito facilitada.
    Esse assunto é sinistro, não?!

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  2. excelente assunto abordado, Shirley! hoje em dia temos que pensar lá na frente sobre a procedência de tudo o que consumimos, que tipo de trabalho ou exploração ou atrocidade estamos estimulando ao comprar produtos e/ou serviços de certas marcas. Um bom exemplo, além deste que vc trouxe no post, são as empresas de cosméticos que fazem testes odiosos de substâncias químicas em animais. não pensem que são só nos "ratinhos de laborátório" (por acaso eles tbm não sentem dor?) cães e gatos são largamente utilizados. este assunto tbm pode ser pesquisado nos arquivos do PETA.
    Beijos conscientes!
    Thaís

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  3. Oi querida!!!! Muito obrigada por me citar aqui, adorei =))!! Esse é realmente um tema a ser lido por todo mundo, porque muitra gente realmente não sabe e fica meio alienado.

    Eu agradeço MUITO e força que vc me deu, de verdade!!!!!!!!!

    Beijinhos!!!!!

    http://mmansur.blogspot.com/

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  4. Nossa a gente as vezes demora a "linkar" um assunto a outro acabei de fazer niver de casório e ganhei um lindo do maridon..e demos de presente de formatura pra filhota sempre os nossos vem da Vivara será que eles se preocupam com essa questão?? Beijocas

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  5. Acho que a única solução será não usar diamantes verdadeiros, já que fazem maravilhas artificiais em laboratório. Usar peles falsas já foi brega, hoje é o politicamente correto...quem sabe? Na época do filme me lembro que o Leonardo di Caprio citou que nunca mais compraria pedras de procedência alguma. Para mim que moro atualmente numa cidade violentíssima, essas pedras significam sangue duplamente.

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  6. Então meninas, posso fazer uma pergunta? O Diamante é assim tão essencial na vida de uma mulher? Para mim vale mais a vida...de qualquer ser humano. Existem tantas outras pedras lindas, e que deixam as mulheres belíssimas. Mas claro, cada um tem o direito de ter a sua opinião. Essa é a minha: não me faz a menoooor falta. Bjs!

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  7. Oi queridas Alê, Thaisinha, Tone, Mariana, Kelen, Silvia, Marina e Grace,
    Fiquei de cabelo em pé ao saber que até mesmo as joalherias que dizem usar só diamantes certificados não respeitam o tratado.
    Nem sei o que pensar a respeito. Talvez a solução seja mesmo optar por outras pedras, como a Silvinha disse.
    beijos!

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  8. Essa história me choca demais! Tem muitos cristais lindos tb, e que são fabricados artificialmente. Alguém vai falar quem um Swarovski legítimo não é lindo? E adorei a comparação de um comentário com os casacos de pele - outrora cafonas, hj politicamente corretos.

    Aproveito para lembrar a questão dos testes em animais feitos por várias indústrias de cosméticos famosas. As pessoas usam esses produtos todos os dias sem saber sobre o que foi feito pra chegar naquele resultado. Eu pesquisei e fiquei simplesmente chocada!!! Pra quem quiser saber mais, pesquise no site do PETA ou mesmo no google, com o termo "cruelty free".

    Bjs

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