Uma pausa para ajudar Santa Catarina! - Garotas Modernas Garotas Modernas : Uma pausa para ajudar Santa Catarina!

Uma pausa para ajudar Santa Catarina!








Sou de Florianópolis e durante quase 10 anos trabalhei muito como professora universitária e psicóloga nas regiões atingidas pelas chuvas aqui em SC. Conheço bem cada uma daquelas cidades e cada vez que vejo as imagens na tv, dá uma dor no coração.
Se você puder ajudar, ajude!
Aqui em casa separei roupas minhas e do eu marido para doação e elas certamente farão diferença para alguém.
Hoje encontrei o seguinte texto, que retrata esta força chamada solidariedade: diz-se que há alguns anos, durante uma enchente que assolou a Argentina, um anônimo escreveu:
"Eu tinha medo da escuridão, até que as noites se fizeram longas e sem luz
Eu não resistia ao frio facilmente, até passar a noite molhado numa laje
Eu tinha medo dos mortos, até ter que dormir num cemitério
Eu tinha rejeição por quem era de Buenos Aires, até que me deram abrigo e alimento
Eu tinha aversão a Judeus , até darem remédios aos meus filhos
Eu adorava exibir a minha nova jaqueta, até dar ela a um garoto com hipotermia
Eu escolhia cuidadosamente a minha comida, até que tive fome
Eu desconfiava da pele escura, até que um braço forte me tirou da água
Eu achava que tinha visto muita coisa, até ver meu povo perambulando sem rumo pelas ruas
Eu não gostava do cachorro do meu vizinho, até naquela noite eu o ouvir ganir até se afogar
Eu não lembrava os idosos, até participar dos resgates
Eu não sabia cozinhar, até ter na minha frente uma panela com arroz e crianças com fome
Eu achava que a minha casa era mais importante que as outras, até ver todas cobertas pelas águas
Eu tinha orgulho do meu nome e sobrenome, até nos tornarmos todos seres anônimos
Eu não ouvia rádio, até ser ele que manteve a minha energia
Eu criticava a bagunça dos estudantes, até que eles, às centenas, me estenderam suas mãos solidárias
Eu tinha segurança absoluta de como seriam meus próximos anos, agora nem tanto
Eu vivia numa comunidade com uma classe política, mas agora espero que a correnteza tenha levado embora
Eu não lembrava o nome de todos os estados, agora guardo cada um no coração
Eu não tinha boa memória, talvez por isso eu não lembre de todo mundo
Mas terei mesmo assim o que me resta de vida para agradecer a todos
Eu não conhecia você, agora você é meu irmão
Tínhamos um rio, agora somos parte dele
É de manhã, já saiu o sol e não faz tanto frio
Graças a Deus, vamos começar de novo."

Isto me lembrou um outro texto chamado Estranho, de Peter Globen, que li num clássico da Psicologia, o livro Tornar-se Presente (John Stevens):
"(...) Se você me pergunta as horas, devo virar o meu pulso,
Se lhe pergunta o caminho, você deve mostrar
As regras estão em cada poste de luz
Sobre uma cesta de gerânios (...)
Estranho, em tempo de fogo
você passará através da fumaça para me salvar
Estranho, em tempo de inundação
eu o erguerei das águas
Em tempo de invasões
nós nos juntaremos. (...)"

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