Corra, Grazi, corra: coisas que ninguém te conta sobre emagrecer - Garotas Modernas Garotas Modernas : Corra, Grazi, corra: coisas que ninguém te conta sobre emagrecer

Corra, Grazi, corra: coisas que ninguém te conta sobre emagrecer

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Imagens: Google

Como já contei aqui para vocês, nos últimos dois anos passei por um processo bem transformador do meu corpo e da minha pessoa. Durante esse tempo, descobri várias coisas sobre mim que jamais imaginaria que existissem. Me transformei em atleta, me viciei em endorfinas e me apaixonei por mim e pelo esporte.
Hoje em dia, muita gente me pede dicas sobre como emagrecer, que tipo de treino escolher, como se alimentar, contatinho de nutricionista e indicação de academia. Fico super feliz em ajudar outras pessoas nesse caminho e me emociono toda vez que alguém me conta que virou “esportista” por minha causa.
Tudo lindo, tudo bacaninha. Mas tem coisas que acontecem na vida de gente depois de uma transformação dessas que ninguém conta.
Por exemplo:

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1 – Seu problema nunca foi o seu corpo. A maioria das mulheres que eu conheço é insatisfeita com o próprio corpo. Uns quilos para perder, umas celulites que não vão embora, é magra mas tem culote, é gostosa mas tá flácida… Sempre existe uma coisa que não está no lugar certo. E não para por aí. Elas acreditam que a vida poderia ser bem melhor se não fossem esses defeitinhos malditos. Falo por experiência própria. Sempre achei que tudo na minha vida seria bem mais fácil se eu fosse magra e me encaixasse num padrão “moça que veste 38, tem cabelo comprido e bunda empinada”. Acontece que na maioria das vezes, o problema não está fora, mas dentro da gente. A bunda vai ficar dura, a barriga vai secar e essa sensação de imperfeição não vai embora. Simplesmente porque perfeição não existe. Emagreci, endureci, deixei o cabelo crescer e continuei com as mesmas inseguranças de sempre. O problema não estava no meu corpo, estava em mim, na forma como eu me vejo no mundo, na generosidade que eu não tinha comigo, nos meus medos e traumas. O esporte me trouxe auto estima não pela transformação que fez no meu corpo, mas por ter me mostrado que eu sou capaz de conquistar tudo que quiser. E que apesar de todos os fantasmas que me habitam, eu consigo encontrar força para lutar pelo que desejo. Aprendi que para ser quem você deseja, primeiro precisa amar quem é agora. Ser gentil e amável consigo da mesma forma que espera que o mundo seja. As pessoas não vão gostar da gente pelo formato do corpo. O mundo gosta de gente interessante, autêntica e divertida. E isso não tem nada a ver com o tamanho do manequim.

2 – Você vai perder quase todo o seu guarda-roupa. E no começo vai até parecer divertido vestir um jeans e ele ficar largo na cintura, sobrando no quadril. O momento de comprar uma calça nova num tamanho que você nunca imaginou vestir. Até chegar a hora em que seu vestido preferido já foi duas vezes para a costureira e não tem mais como ajustar. Ou que quase todas as roupas que você ama parecem ter vindo da irmã mais velha ou duma prima bem maior. A não ser que você seja a Paris Hilton, vai rolar um rombo no orçamento em algum momento. Prepare o porquinho.

3 – Você não vai notar tanta diferença. Simplesmente porque se olha todo dia no espelho. A menos que sofra algum distúrbio alimentar ou faça essas dietas radicais e malucas, a mudança vai ser gradual e você não vai perceber aquela transformação absurda que gente que ficar uns meses sem te ver nota. É meio frustrante, às vezes parece que nem está acontecendo de verdade. Minha dica: separe umas fotos de antes para comparação. Braço, coxas, barriga e quadril mudam bastante. E quem sabe você começa a escrever sobre o assunto num blog e vai ter imagens para mostrar pro pessoal. Coisa que eu quase não tenho, já que não pensei nisso antes…

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Essa sou eu a e primeira foto de biquini que tive coragem de tirar, porém não tenho nenhuma pra fazer antes e depois e me sentir mais em forma ainda ;)

4 – As pessoas nem sempre são gentis. Eu, graças a deus, estou rodeada por gente bacana, feliz, que me ama e tralala. E mesmo assim não saí imune ao mundo onde todo mundo acha que tem direito a dar opinião sem você ter pedido. Os amigos, provavelmente, vão ser legais e generosos e incentivar todo o processo. Mas uma penca de gente vai ser desagradável. Tente ignorar. Eu divido os inconvenientes em dois tipos de comentários: “nossa como você tá magra” e “nossa como você era gorda”. A primeira turma vai sempre dizer que você emagreceu demais, tá ficando feia, com cara de doente e coisas do tipo. Nem sempre é maldade, depois de muito tempo sem ver a pessoa a gente se assusta com mudanças muito radicais. Pode rolar também um “Tá linda, amiga! Só toma cuidado pra não emagrecer mais que vai ficar com cara de anoréxica, tá!?”. Respire fundo, agradeça e siga a sua vida. Tem o outro time, o que tenta fazer um elogio e acaba piorando tudo. Aquele papo de resolver agora dizer como você era gorda antigamente, que tá de parabéns por ter perdido peso e agora sim é uma mulher linda. A pessoa esquece que aquela moça uns quilinhos mais pesada ainda é você. E que uma boa parte da sua vida foi vivida por ela. E não é bacana desmerecer tudo que você era apenas por uma diferença de peso. A parte boa disso é que ao querer defender a menina de antes, você consegue se livrar da expectativa que eu falei lá em cima: de que ser magra mudaria tudo. Você vai entender que continua igual, só com um corpo diferente. Eu continuo a mesma monga de sempre. E descobri que acho infinitamente mais legal ser amada por isso do que pela minha aparência.

5 – Endorfina vicia. Mesmo. Eu sempre repito que comecei a praticar esporte por necessidade e hoje faço pela mais absoluta paixão. Lembro meus primeiros dias de musculação, andando pela academia e perguntando pras meninas super malhadas se elas gostavam mesmo daquilo, se tinham algum prazer além da bunda dura. E rio agora, quando me pego pedindo pelo amor de deus pro médico me liberar pra puxar ferro mesmo um pouco dolorida porque fico numa TPM fora de época horrível se não malho. Quando comecei a correr eu já estava na vibe “endorfina, eu te amo” e dava gargalhadas durante a corrida. De tanto prazer que sentia. E vício é um treco sério, a gente sempre quer mais. Começa a querer aumentar o volume de treino. Começa a usar palavras como “treino”, “série”, “prova”, “planilha”… Machucado vira “lesão” e você vai entender o significado de coisas como “catabolizar”. É gostoso, é querido. Desde que você entenda que a coisa tem que ser feita com prazer, vai ser tudo divertido. Esporte é prazer, não sofrimento.
E por fim: vai dar tudo certo. Como diz o moço nesse vídeo lindo que compartilho com vocês aqui: mais importante que chegar, é a vontade de partir.


Um beijo, até semana que vem, sejam felizes e divirtam-se.
grazi modernas

4 comentários:

  1. É talvez você tenha razão. E eu ando me sentindo exatamente como você falou.
    Mas ao invés de malhar, estou fazendo aula de dança.
    O legal de tudo, é que mesmo perdendo peso muito aos poucos e tal, o que eu gosto mesmo, nem é isso. Na verdade o bom é a sensação de estar fazendo algo que gosto.
    Estou apaixonada pela dança e isso me deixa feliz.
    E realmente, não adianta tentar ser perfeita, porque não existem pessoas perfeitas!

    Beijinhos, Isa.

    Heart of Sunday
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    Respostas
    1. Esse é o caminho, Isa. O importante é ficar bem com você mesma, se curtir, cuidar de você, se dar amor... Dançar é uma delícia! Aproveita!

      beijão

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  2. Excelente o texto!! Parabéns, ajudou bastante!

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